terça-feira, 23 de julho de 2013

"Ta lá mais um corpo estendido no chão"

Rojão, vidro quebrado.
Bomba de efeito moral
Tiro pra todo lado.

Aquela bala não era de borracha
Dava pra ver a dor estampada
nos olhos dele

E o sangue jorrando.

Jorrando.

Escorria
parecia
Que ia

e foi.

Sobrou um corpo
esburacado
e pisoteado
cuspido
e pisoteado de novo.

Será esse  o destino
De todos nós?

Os caras sujos
Cheios de dúvidas
Compositores de musicas ruins
e poemas medíocres.

Os que cansaram
De ouvir respostas simples
Que fugiram de casa
Só com a carteira
de cigarro.

Será que quando cansarmos
Quando nos rebelarmos
Quando finalmente
sairmos pra mudar o mundo
Teremos apenas
Covas pequenas?

entulhadas
com o que sobrou de nós,
além do mais importante:

O nosso ideal.

Manchado
Remendado
Um amalgama
de tantos outros.

Mas é nosso.
É o que nos une
Nos bares, nas casas
Na rua.

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